sexta-feira, 25 de março de 2011

Sobre a ausência


Tua ausência cala o mundo. Só há silêncio debruçado nos caminhos. Nenhuma música, buzina ou voz. Não há flores, alegrias, abraços. Não há gargalhadas, trovões ou gritos_ apenas relâmpagos imaturos que acendem um céu sem lua, sem estrela, sem chuva, sem qualquer coisa que me tire a atenção da falta. Tua ausência cala o mundo, o mar, os ventos. Tua ausência desaba silenciosamente sobre meus dias, soterrando meu outono... Ela magoa demais o meu sossego.
(Tua ausência é essa substância densa.)
Tua ausência é tão presente que é pessoa... e me abraça.

terça-feira, 22 de março de 2011

De lírios (Ou sobre a paixão e seus silêncios...)

"... me perguntam longe daqui e aqui mesmo, entre espanto, ironia e inveja. Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer — e pensando mais longe, por isso mesmo literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão. Melhor, claro, em certo sentido que significa também o pior: as mais nobres paixões são também as mais cadelas, como aquelas que enlouqueceram Adele H., levaram Oscar Wilde para a prisão ou fizeram a divina Vera Fischer ser queimada feito Joana d’Arc por não ser uma funcionária pública exemplar." (C. F. Abreu, A Cidade dos Entretons)

domingo, 20 de março de 2011

En-cantar

É que às vezes as palavras não dão conta sozinhas... e precisam de música, cor, movimento... e precisam de encanto, amizade e empatia... É que às vezes, como diz a Clarinha, gostar de alguém não tem nada a ver com "se jogar", mas com "sair flutuando"....

E tem a ver com aquela música, aquele gesto, aquele carinho, aquela atenção, aquele espírito.... aquele ombro de travesseiro e aquela risada de travessura.

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[Acho que hoje eu só queria te dizer que você foi o motivo do meu vestido colorido.]

sábado, 19 de março de 2011

Medicina, por amor


"Um dia todos nós vamos para a solidão de um túmulo.
Uma criança de um dia de vida já é suficientemente velha para morrer.
A morte é a derrota da medicina.
Todavia, apesar das limitações da ciência, devemos usar todas as nossas habilidades não apenas para prolongar a vida, mas para fazer dessa breve existência uma experiência inesquecível.
Os médicos devem ser pessoas de rara sensibilidade, artesãos das emoções, profissionais capazes de enxergar as angústias, as ansiedades e as lágrimas por trás dos sintomas.
Caso contrário, tratarão de órgãos e não de seres humanos.
Acima de tudo, os médicos, bem como todo profissional que cuida da saúde humana, devem ser vendedores de sonhos.
Pois, se conseguirmos fazer nossos pacientes sonharem ainda que seja com mais um dia de vida ou com uma nova maneira de ver suas perdas, teremos encontrado um tesouro que reis não conquistaram..."

Augusto Cury - O FUTURO DA HUMANIDE

sexta-feira, 18 de março de 2011

Entrega


Seja benção. Hoje, agora, todos os dias da sua vida. Floresça.
* Não julgue, não cobre. Aceite as pessoas como elas são.
* Não exija dos outros coisas que eles não podem oferecer.


Ofereça você. Por amor

quinta-feira, 17 de março de 2011

Interligados


"Em algumas noites vazias, ele pensava nela. Em algumas noites escuras, ela pensava nele. Em algumas noites comuns, os pensamentos eram simultâneos. E eles se encontravam sem saber...."








O que conecta as pessoas no fim das contas? Seus desejos, experiências compartilhadas... seus sorrisos?
Achei bonito.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Madrugadas


"Como se a água ficasse. A um dedo de minha boca. E todo o deserto à volta. Me segurasse." (Hilda Hilst)